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Segundo pesquisa do Gartner, todas as tendências tecnológicas, bem como as estratégias das empresas inseridas na nova economia, serão influenciadas e guiadas pela sustentabilidade e seus desdobramentos 

 

Mudanças sociais e climáticas andam de mãos dadas. Toda e qualquer ação que se desenvolve a partir do interesse contínuo da humanidade em evoluir e criar cada vez mais soluções que permitam avanços e rupturas com o passado, inevitavelmente, afetam o espaço em que vivemos – hoje e em longo prazo. 

Talvez este seja o maior desafio para as empresas atuais: criar mecanismos e práticas que garantam o avanço por meio de inovação e tecnologia aplicadas, sem deixar de lado a preocupação com a sustentabilidade: afinal, sem esse cuidado, a sociedade como um todo sofre consequências. 

Atentos às movimentações e aplicações de diferentes práticas no mercado, estudiosos e pesquisas apontam que 2023 será o ano da economia sustentável com base em práticas de ESG – Environmental, Social and Governance (em português, ambiental, social e governança). Esses três critérios são capazes de medir a governança organizacional, os impactos sociais e ambientais de uma empresa, além de indicar caminhos para um negócio sustentável. De forma objetiva, um Programa ESG detecta os resultados das ações corporativas hoje e como as empresas se posicionam perante elas. 

Dentro deste contexto, é fundamental entender que a economia sustentável se caracteriza como sendo a maneira de pensar nos processos relacionados à utilização e à extração de recursos naturais na contemporaneidade. Assim, a proposta da economia sustentável está diretamente relacionada à preservação da natureza e à necessidade de pensar em processos que não prejudiquem o equilíbrio ambiental. 

Mas como a agenda ESG se relaciona com a Tecnologia da Informação? Basta considerar que, assim como a preocupação com o aquecimento global e com a defesa dos direitos sociais, a atenção à cibersegurança também precisa configurar como uma prioridade nesse cenário.  

O Gartner, empresa americana que realiza e divulga pesquisas, consultorias e eventos relacionados ao universo do TI, indicou a sustentabilidade como uma tendência para 2023. Ao apontar que ela influenciará todas as tendências tecnológicas estratégicas deste ano em diante, fica evidente que a agenda ESG precisa (se ainda não é) se tornar uma prioridade para os executivos – afinal, sem a aplicação da tecnologia, que se tornou um componente vital de qualquer empresa, será impossível atingir esses objetivos e a inovação sustentável.  

O TI verde, como o próprio nome indica, tem como principal objetivo tornar as operações e os processos que envolvem a tecnologia verdadeiramente sustentáveis. Para que isso aconteça, de fato, as companhias precisam, num primeiro momento, de conscientização; depois, de investimentos em estruturas adequadas para a eficiência no uso de recursos naturais e sociais. Os serviços de TI entram nesse momento para acompanhar e dar suporte à sustentabilidade. Logo, o desafio passa a ser gerencial, visando conduzir e incluir a tecnologia nas estratégias que se encaixam na agenda ESG.  

A sustentabilidade transcende todas as tendências tecnológicas estratégicas para 2023. Em uma pesquisa recente do Gartner*, CEOs relataram que as mudanças ambientais e sociais estão agora entre as três principais prioridades dos investidores, depois de lucro e receita. Isso significa que os executivos devem investir mais em soluções inovadoras projetadas para atender as demandas ambientais, sociais e de governança. O Gartner observou ainda que os gastos com sustentabilidade aumentaram, em média, 5,8% desde 2017. 

Ainda segunda a pesquisa, “as organizações precisam de uma estrutura de tecnologia sustentável que aumente a eficiência de energia e material dos serviços de TI e permita a sustentabilidade empresarial por meio de rastreabilidade, análise, energia renovável e IA. A estrutura também deve exigir a implantação de soluções de TI que ajudem os clientes a atingir suas próprias metas de sustentabilidade”. 

Portanto, a TI precisa se desenvolver rumo ao cumprimento de um papel importante não apenas no que se refere à agenda ESG, mas para apontar resoluções que sejam aplicadas ao acesso de informações e inovações dentro das empresas. Algumas medidas imediatas que podem ser implementadas pelo setor de TI são: 

  • Mudança nos servidores para a alternativa virtual, diminuindo a pegada de carbono**; 
  • Utilização de aplicativos e software com maiores capacidades, para diminuir gastos com energia; 
  • Uso de drones para encontrar focos de incêndios; 
  • Uso da inteligência artificial para reconhecer rostos e adquirir dados; 
  • Melhorias em sistemas de segurança, com o objetivo de acionar alarmes para impedir acidentes; 
  • Implementação e concordância com as leis por meio da LGPD. 

Ações que geram resultados  

No mesmo contexto, um estudo divulgado pela consultoria KPMG mostra que empresas do setor de Tecnologia, Mídia e Telecomunicações (TMT) apresentaram crescimento na elaboração de relatórios sobre metas de redução de carbono nos últimos anos, avançando de 61% em 2017 para 81% em 2022,  ocupando agora a terceira posição entre vários setores. O estudo foi feito globalmente com 580 empresas. 

Veja, abaixo, alguns dados deste estudo. 

Para ter acesso ao relatório completo, acesse: Big shifts, small steps (kpmg.com). 

Fontes: 

 * https://www.infonova.com.br/gestao-de-ti/tendencias-tecnologicas-do-gartner-para-2023/   

 ** https://www.dinamio.com.br/blog/2022/08/04/esg-o-que-e-e-como-a-ti-pode-ajudar-a-implementar/  

Sobre o autor:

Laura Carvalhal é DPO da Fortics Tecnologia.

Mestre em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC na área de Direito Autoral e Sociedade Informacional. Especialista em Direito Digital e Compliance.

Advogada nas áreas cível e empresarial, preventivo e contencioso, desde 2007. Atualmente dedicada à implementação de conformidade com as leis de Privacidade e Proteção de Dados.

Profissional Certificada CIPM/IAPP e CDPO/BR pela IAPP.

Profissional Certificada EXIN/DPO – Data Protection Officer (PDPE/PDPE-LGPD; PDPF; PDPP; ISFS)

Profissional Certificada EXIN Information Security Foundation – ISO IEC 27001.

Associada IAPP – International Association of Privacy Professionals desde 2019.

Consultora credenciada SEBRAE e SEBRAETEC.

Docente desde 2009 nas áreas de Direito Empresarial, Direito Civil (Contratos), Processo Civil e Prática Jurídica.

Avaliadora MEC/INEP dos cursos de Graduação em Direito desde 2010.


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